Culpem a evolução
Há milhões de anos, nossos ancestrais emergiram do mar e evoluíram como mamíferos terrestres, onde encontraram um sério problema: como satisfazer suas necessidades de cálcio, agora que a absorção desse elemento da água do mar não estava mais disponível? Humanos e outros mamíferos desenvolveram uma solução engenhosa para esse desafio, confiando nos nossos próprios esqueletos, onde se encontra 99% do cálcio do corpo. Em um processo conhecido como homeostase do cálcio, o mineral é depositado ou retirado do esqueleto, de forma que os níveis sangüíneos são mantidos dentro de uma faixa estreita, essencial para a condução nervosa, coagulação sangüínea, contração muscular e outros processos fisiológicos vitais. Infelizmente, esse processo está na raiz da osteoporose, porque exige o sacrifício do esqueleto, se isso for necessário, para a manutenção adequada dos níveis sangüíneos de cálcio.O sistema regulatório central da homeostase do cálcio se faz pelos hormônios paratireoidianos (PTH), a vitamina D e a ingestão de cálcio. Quando as glândulas paratireóides (localizadas próximas à glândula tireóide no pescoço) percebem um declínio nos níveis de cálcio circulantes, elas secretam PTH, um hormônio que funciona de várias formas para a elevação dos níveis de cálcio no sangue. O PTH tem uma influência poderosa sobre a osteoporose, por induzir as células de degradação óssea (osteoclastos) a dissolver o osso e liberar cálcio no sangue. O hormônio também estimula os rins a devolver cálcio para o sangue, ao invés de excretá-lo e induz o intestino delgado a absorver com maior eficiência o cálcio dos alimentos - tarefa que o PTH realiza indiretamente pelo aumento da produção de vitamina D do corpo.Cerca de 90% de vitamina D de uma pessoa é sintetizada na pele através da energia dos raios solares ultravioleta (nós também obtemos alguma vitamina D de alimentos como peixes gordurosos e laticínios enriquecidos com vitamina D). Durante o processo de reação química que vai da pele ao fígado e aos rins, o PTH auxilia a transformação de vitamina D3 (a precursora da vitamina D produzida pela ação dos raios ultravioleta quando atingem a epiderme) para a forma mais ativa da vitamina D, agindo diretamente no intestino delgado, aumentando sua absorção de cálcio dos alimentos, de forma que mais cálcio seja oferecido às funções fisiológicas e para a construção de ossos.Uma queda de vitamina D diminui a quantidade de cálcio absorvido dos alimentos e resulta no declínio dos níveis desse elemento do sangue, estimulando as glândulas paratireóides a secretar mais PTH para aumentar os níveis de vitamina D ativada.Pessoas com níveis baixos da vitamina tendem a apresentar uma condição conhecida como hiperparatireoidismo secundário. O nível elevado de PTH serve para manter a vitamina D e o cálcio próximos aos níveis normais, mas também acelera a reabsorção óssea que, em muitas pessoas, conduz à osteoporose.Pesquisas recentes revelaram que os baixos níveis de vitamina D sérica são surpreendentemente comuns, especialmente entre pessoas morando em altas latitudes, onde a exposição ao Sol é limitada.Em estudos envolvendo mulheres mais velhas, suplementos de vitamina D têm sido eficazes para normalizar os níveis da vitamina e prevenir a perda óssea. Recomendo que mulheres acima de 65 anos, vivendo em latitudes nórdicas, ingiram 400 unidades internacionais (IU) de vitamina D diariamente, mais um adicional de 400 IU durante o inverno, quando as densidades ósseas tendem a cair, aumentando o risco de fraturas.Igualmente importante é a ingestão de quantidades adequadas de cálcio (1.000 a 1.500 miligramas por dia). Estudos indicam que a melhor época da vida para a ingestão adequada de cálcio é durante a infância e adolescência, quando picos de massa óssea estão sendo construídos. O mesmo se aplica aos exercícios, que são freqüentemente recomendados para a manutenção da saúde de ossos mais velhos.
Há milhões de anos, nossos ancestrais emergiram do mar e evoluíram como mamíferos terrestres, onde encontraram um sério problema: como satisfazer suas necessidades de cálcio, agora que a absorção desse elemento da água do mar não estava mais disponível? Humanos e outros mamíferos desenvolveram uma solução engenhosa para esse desafio, confiando nos nossos próprios esqueletos, onde se encontra 99% do cálcio do corpo. Em um processo conhecido como homeostase do cálcio, o mineral é depositado ou retirado do esqueleto, de forma que os níveis sangüíneos são mantidos dentro de uma faixa estreita, essencial para a condução nervosa, coagulação sangüínea, contração muscular e outros processos fisiológicos vitais. Infelizmente, esse processo está na raiz da osteoporose, porque exige o sacrifício do esqueleto, se isso for necessário, para a manutenção adequada dos níveis sangüíneos de cálcio.O sistema regulatório central da homeostase do cálcio se faz pelos hormônios paratireoidianos (PTH), a vitamina D e a ingestão de cálcio. Quando as glândulas paratireóides (localizadas próximas à glândula tireóide no pescoço) percebem um declínio nos níveis de cálcio circulantes, elas secretam PTH, um hormônio que funciona de várias formas para a elevação dos níveis de cálcio no sangue. O PTH tem uma influência poderosa sobre a osteoporose, por induzir as células de degradação óssea (osteoclastos) a dissolver o osso e liberar cálcio no sangue. O hormônio também estimula os rins a devolver cálcio para o sangue, ao invés de excretá-lo e induz o intestino delgado a absorver com maior eficiência o cálcio dos alimentos - tarefa que o PTH realiza indiretamente pelo aumento da produção de vitamina D do corpo.Cerca de 90% de vitamina D de uma pessoa é sintetizada na pele através da energia dos raios solares ultravioleta (nós também obtemos alguma vitamina D de alimentos como peixes gordurosos e laticínios enriquecidos com vitamina D). Durante o processo de reação química que vai da pele ao fígado e aos rins, o PTH auxilia a transformação de vitamina D3 (a precursora da vitamina D produzida pela ação dos raios ultravioleta quando atingem a epiderme) para a forma mais ativa da vitamina D, agindo diretamente no intestino delgado, aumentando sua absorção de cálcio dos alimentos, de forma que mais cálcio seja oferecido às funções fisiológicas e para a construção de ossos.Uma queda de vitamina D diminui a quantidade de cálcio absorvido dos alimentos e resulta no declínio dos níveis desse elemento do sangue, estimulando as glândulas paratireóides a secretar mais PTH para aumentar os níveis de vitamina D ativada.Pessoas com níveis baixos da vitamina tendem a apresentar uma condição conhecida como hiperparatireoidismo secundário. O nível elevado de PTH serve para manter a vitamina D e o cálcio próximos aos níveis normais, mas também acelera a reabsorção óssea que, em muitas pessoas, conduz à osteoporose.Pesquisas recentes revelaram que os baixos níveis de vitamina D sérica são surpreendentemente comuns, especialmente entre pessoas morando em altas latitudes, onde a exposição ao Sol é limitada.Em estudos envolvendo mulheres mais velhas, suplementos de vitamina D têm sido eficazes para normalizar os níveis da vitamina e prevenir a perda óssea. Recomendo que mulheres acima de 65 anos, vivendo em latitudes nórdicas, ingiram 400 unidades internacionais (IU) de vitamina D diariamente, mais um adicional de 400 IU durante o inverno, quando as densidades ósseas tendem a cair, aumentando o risco de fraturas.Igualmente importante é a ingestão de quantidades adequadas de cálcio (1.000 a 1.500 miligramas por dia). Estudos indicam que a melhor época da vida para a ingestão adequada de cálcio é durante a infância e adolescência, quando picos de massa óssea estão sendo construídos. O mesmo se aplica aos exercícios, que são freqüentemente recomendados para a manutenção da saúde de ossos mais velhos.
Fonte:Scientific American Brasil
Postado por:Mariana Seabra
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